Vinny Magalhães avalia participação no GP de Pesados: "Braço e dedos travaram, perdi a pegada"

Atleta de MMA, Vinny vislumbra melhores chances no Desafio de Submission do evento

Créditos da imagem: Depois do GP de kimono, Vinny tem retorno marcado no Desafio de Submission. Foto: Joe Voador

Faixa-preta de Jiu-Jitsu e campeão no MMA, Vinny Magalhães fez seu retorno aos tatames brasileiros no GP de Pesos Pesados da Copa Podio, realizado no dia 9 de maio, no Rio de Janeiro. 

O craque, forjado na tradicional Gracie Tijuca, não competia de kimono no Brasil desde 2005, e sentiu na pele a diferença da arte suave quando se veste o paletó e calças.

"Depois da minha primeira luta, eu já não tinha mais pegada. O antebraço endureceu, os dedos ficaram sem força e tudo foi pela falta do treino de kimono", disse Vinny. 

Mas quem acha que Vinny ficou fora de jogo, está enganado. Valente e bastante rodado no esporte, o brasileiro radicado em Las Vegas tem planos maiores para seu retorno ao evento, agora remando em mares mais conhecidos.

"Gostaria de me arriscar em mais um GP, mas como os treinos sem kimono fazem mais parte da minha realidade, fico feliz de lutar um Desafio de Submission, de preferência contra alguém bem credenciado", revelou.

Confira na íntegra a conversa com o sempre sem papas na língua Vinny Magalhães:

 

Como foi voltar a lutar de kimono no Brasil depois de tanto tempo? Deu um frio na barriga diferente?

 

A experiência como um todo foi bem legal. Eu já não lutava no de kimono no Brasil desde o mundial de 2005, no qual fui promovido à faixa-preta. Não deu muito frio na barriga pelo fato de eu não ficar me colocando nenhuma responsabilidade em competições de Jiu-Jitsu, como acontecia antigamente. Hoje em dia é mais um desafio pessoal, de testar onde está meu nível, até mesmo sem treinar de kimono, do que a competição em si contra outros lutadores. 

 

E sobre o GP? Lutar num volume e ritmo de tantas lutas foi complicado?

 

Não achei que o ritmo de lutas foi tão absurdo. Luta de kimono é mais cadenciada, e seis minutos também é um tempo curto, então não acho que a competição em si foi fator preocupante. O que me preocupou foi a minha própria falta de preparo pra competir de kimono. Pra se ter uma idéia, depois da minha primeira luta, eu já não tinha mais pegada, o antebraço endureceu, os dedos ficaram sem força e tudo  foi pela falta do treino de kimono. Mas acredito que se eu estivesse treinando de kimono isso não teria sido fator pra nada.  

 

Como você analisa seu desempenho no Grand Prix?

 

Acho que venci as lutas que as pessoas esperassem que eu vencesse, até mesmo pela experiência em relação aos meus adversários, mas também perdi as lutas contra os caras que estão em um ritmo bom em relação a competições de kimono. De um modo geral, eu não tenho do que reclamar. Uma luta que perdi eu estava na frente por duas ou três vantagens e decidi ir pra uma chave de pé pra tentar a finalização e acabei cedendo os pontos. A outra perdi apenas por uma ou duas vantagens. Mas se você for analisar o ritmo que esses caras estão, e o ritmo que eu estou em termos de treino de kimono, o resultado poderia ter sido muito pior, e não teria sido nenhuma surpresa.  

 

Qual foi a luta mais complicada do torneio?

 

A pior talvez tenha sido a primeira, porque é sempre mais responsabilidade pro faixa-preta vencer o faixa-marrom, e pra mim ainda fica pior ainda, por que apesar de não estar treinando de kimono, ninguém quer saber da minha história triste, só querem saber e que o faixa-preta tem que ganhar do faixa-marrom (risos).

 

Vendo de fora, teria feito algo diferente para o GP, desde preparação até a estratégia para a maratona de lutas?

 

Óbvio que depois do evento várias coisas vêm à cabeça. Ninguém gosta de perder, nem mesmo em jogo de baralho, então eu fiquei chateado com os resultados, até mesmo não me cobrando muito antes do evento. Eu gostaria muito de participar de outro GP de kimono, mas se esse fosse o caso, eu sinto que precisaria me dedicar pelo menos umas oito semanas só pra fazer treino específico de kimono.

 

O que você aprendeu (mesmo com tantos anos de tatame) após participar do Grand Prix?

 

Bom, perder foi o lado negativo, mas também o positivo, pois me fez acordar pra realidade. Quando eu entrei pra competir na Copa Podio, achei que Jiu-Jitsu era Jiu-Jitsu, de kimono ou sem kimono. Mas, durante a competição, vi que a realidade é outra. Jiu-Jitsu de kimono é um esporte totalmente diferente, assim como o preparo para o mesmo.

 

E qual desafio você gostaria de ter em um possível retorno?


Gostaria de me arriscar em mais um GP, com o treinamento adequado. Porém, como os treinos sem kimono fazem mais parte da minha realidade hoje em dia, estou contente com o Desafio de Submission. Quero enfrentar alguém bem credenciado, um lutador que vem se destacando no cenário do Jiu-Jitsu atualmente. 

Fonte: Arthur Jr.

Data da publicação: 2015-05-19 17:38:40

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