A energia e a vibração do americano conquistaram o público no Ginásio do Botafogo
Créditos da imagem: Tye Ryan Murphy foi o treinador mais enérgico do torneio. Foto: Joe Voador
Gestos, instruções a plenos pulmões, pulos e comemorações. Esse é o estilo enérgico de Tye Ryan, faixa-marrom de Jiu-Jitsu que foi corner de Tim Spriggs no GP de Pesos Pesados da Copa Podio, realizado no último sábado (9), no Rio de Janeiro.
Após suas empolgadas demonstrações no corner, conversei com Tye sobre seu estilo e proximidade com Tim Spriggs. Ele treina com Spriggs há anos, e tem no seu jeito intenso uma característica que além de chamar a atenção é bastante valiosa para o atleta que é acompanhado, afinal, quem não entenderia uma instrução com tantos gestos e gritos?
Confira abaixo o papo com Tye Ryan Murphy, no qual o atleta fala de sua relação com Spriggs, seu jeito de dar dicas e torcer, e também os planos de fazer parte do seleto grupo de atletas da Copa Podio:
Como foi participar da Copa Podio como corner?
Tye Ryan Murphy: Esssa foi minha segunda vez na Copa Podio. Na primeira eu vim acompanhando o Timmy quando ele era faixa-marrom, também em um GP de Pesos Pesados. Foi diferente, porque naquele GP o Rodolfo Vieira era grande favorito. Desta vez não, todos estavam confiantes da vitória e o clima foi muito intenso. Nos bastidores o clima era de ansiedade, com treinadores incentivando seus atletas e controlando frustrações. O público estava mais enérgico, mostrando como o nosso esporte está cada vez mais profissional e organizado.
Qual a sua relação com o Spriggs?
Tim e eu somos companheiros de treino desde 2008. Nos somos principais treinos um do outro desde então. Nós crescemos juntos nos ranks, competimos lado a lado e buscamos medalhas nos mesmos torneios. O Spriggs hoje divide suas atividades na academia do mestre Lloyd Irvin, no qual ele tem treinos com adversários mais pesados, e comigo na Julius Park Academy, onde nós começamos a cultivar nosso Jiu-Jitsu. Nós treinamos juntos três vezes na semana e é sempre uma guerra. Ele é como um irmão mais novo, só que maior e mais pesado.
Sobre a estratégia usada no GP, você acha que foi aplicada de maneira correta?
Não traçamos estratégias específicas para cada atleta antes do torneio. Ele deve ter traçado algo com o mestre Lloyd Irvin, mas eu não tomei conhecimento. Não queria pressionar o Spriggs. Nós sabíamos a parte forte de cada atleta, mas só discutimos isso antes de cada combate. O Tim usou muito seu justo wrestlings nos últimos torneios, mas eu queria que ele lutasse mais solto, com explosão e imprevisibilidade. Combinamos de lutar uma luta de cada vez, sem importar o resultado ou como a luta caminhasse, o trabalho seria sempre inovar.
E como você analisa o desempenho dele na disputa?
O desempenho dele foi sólido. Acho que nas primeiras quatro lutas ele foi fenomenal, mostrou a que veio. Ele não tem o mesmo incentivo financeiro dos outros atletas para lutar vários campeonatos seguidos, mas mostrou que pode competir com os melhores do mundo mesmo assim. Na quinta luta eu acho que ele investiu muito na chave de pé, partindo da 50/50, contra um adversário muito experiente. Já na sexta luta ele estava emocionalmente esgotado e não conseguiu concluir seu jogo de quedas. Ele colocou toda sua alma e coração no torneio, mas aquela não foi sua noite. Ele deu seu melhor em cada luta, e isso é mais importante.
E esse estilo de passar as instruções pro Tim. Você sempre age assim no corner?
Eu sempre fico assim. Quanto mais o atleta se esforça, mais exaltado eu fico. Minha mente começa a trabalhar tão rápido, e eu fico tão imerso no combate, que eu fico louco! E é sempre assim, com o Timmy e meus outros atletas. Quando fazemos treino de competição, tenho que fechar as portas pros alunos que não competem, aumento o volume e deixo a loucura dominar. É uma sessão de gritos, torcida, suor e músculos doloridos na manhã seguinte.
Mas fica a dúvida: Funciona para os atletas? Eles conseguem te entender?
Eu consigo ver a luta com uma visão externa à do atleta. Ele está mais focado na luta do que em mim, claro. Eu não estou dizendo o que o Tim deve fazer, eu lhe passo opções para evoluir na posição em que se encontra. Isso lhe permite avançar enquanto se preocupa apenas em manter a pressão. Jiu-Jitsu estagnado é chato, nós gostamos de movimentação. Tererê e Jacaré lutavam assim, e é o caminho que nós queremos seguir.
E se você fosse convidado para lutar na Copa Podio, teria que artifícios para dar o mesmo show que deu como corner?
Eu certamente teria a mesma energia que eu passo no canto do tatame. Estou em um ponto da minha carreira que eu procuro apenas me divertir, dar show e mostrar um bom Jiu-Jitsu. Eu tiro a pressão de mim me preocupando em proporcionar o espetáculo e inspirar meus alunos. Eu faço Jiu-Jitsu porque amo e seria uma honra competir na Copa Podio um dia, especialmente se eu estiver no meu melhor.
Fonte: Arthur Jr.
Data da publicação: 2015-05-14 11:58:53
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